Golpes do WhatsApp e Gov.br
O Que Está Acontecendo e Como Você Pode se Proteger Agora

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Quando o golpe bate na porta do seu celular

Você está em casa, cuidando da vida, e recebe uma mensagem no WhatsApp.

É um número estranho, mas a foto de perfil parece confiável.

A pessoa fala seu nome, diz que é do Governo Federal e que você tem um benefício pendente. Parece legítimo.

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O tom é sério, as informações batem… até que, sem perceber, você clicou em um link, informou seus dados e… pronto.

Em minutos, seu CPF está circulando em esquemas fraudulentos, sua conta Gov.br foi acessada por terceiros e seu nome está sendo usado para abrir empréstimos, gerar boletos falsos e até desviar valores que seriam seus por direito.

Infelizmente, essa história é mais comum do que parece.

E o pior: os golpistas estão cada vez mais convincentes.

Entenda o novo cenário: não é mais aquele golpe “tosco”

Esqueça as mensagens com erros de português ou promessas mirabolantes.

Os novos golpes digitais são friamente calculados. Usam logos oficiais, linguagem institucional e até dados reais da vítima para ganhar confiança.

Os dois principais alvos hoje são:

  • WhatsApp, pela proximidade emocional com o usuário
  • App Gov.br, por concentrar seus principais dados e acessos a serviços públicos

Ambos se tornaram alvos estratégicos porque funcionam como portas de entrada para golpes mais complexos: fraudes no INSS, desbloqueio de contas bancárias, solicitação indevida de benefícios e criação de perfis falsos.

Como os golpistas atuam: os esquemas mais comuns hoje

1. Golpe da central do governo (via WhatsApp)

O criminoso se passa por um atendente do governo, INSS, Receita Federal ou programa social.

Envia mensagens com nome completo da vítima e alega que há um benefício ou valor pendente. Um link é enviado para “consulta”, mas leva a um site falso.

 Finalidade: coletar seus dados e clonar seu Gov.br.

2. Golpe da ligação falsa + link

Você recebe uma ligação. Do outro lado da linha, uma pessoa com tom profissional diz que identificaram movimentações estranhas no seu CPF. Eles pedem para você acessar um link no WhatsApp enquanto falam com você, “para confirmar a identidade”.

Finalidade: te induzir a instalar aplicativos espiões ou informar códigos de autenticação.

3. Golpe do benefício extra ou abono emergencial

Prometem dinheiro extra, revisão de PIS, pagamento retroativo do INSS, abono salarial e até “novos auxílios” que nunca existiram.

Tudo com aparência oficial.

Finalidade: te fazer passar dados completos, CPF, endereço, nome da mãe, número do benefício ou até chaves PIX.

4. Clonagem do WhatsApp com engenharia social

A vítima recebe uma mensagem ou ligação dizendo que precisa confirmar um código de seis dígitos que “chegou por engano”.

Ao informar esse código, entrega o acesso completo à própria conta do WhatsApp.

Finalidade: os golpistas se passam por você e pedem dinheiro a seus contatos.

5. Invasão da conta Gov.br

Utilizam dados vazados ou coletados com o seu consentimento (sem você perceber) para acessar sua conta no app Gov.br.

A partir daí, conseguem:

  • Solicitar aposentadorias falsas
  • Acessar histórico do INSS
  • Emitir documentos
  • Cadastrar novos serviços com seu nome

O que eles querem? Tudo o que pode virar dinheiro

Os golpes têm sempre um objetivo: acesso a algum tipo de valor.

E o que antes era apenas “pedir PIX para parentes”, agora envolve crimes mais sofisticados:

  • Roubo de identidade
  • Solicitação de empréstimos consignados
  • Cadastro falso para receber auxílio
  • Abertura de contas digitais
  • Solicitação de saque do PIS, FGTS, Bolsa Família, BPC, entre outros

E o pior: em muitos casos, o golpe só é percebido quando o prejuízo já foi feito — e reverter nem sempre é fácil.

Casos reais: quando o golpe vira manchete (ou processo)

Nos últimos meses, surgiram centenas de relatos com padrão parecido:

  • Um trabalhador de Minas descobriu que seu CPF estava sendo usado para solicitar aposentadoria por invalidez — sem ele sequer ter entrado com pedido.
  • Uma mãe de família teve a conta Gov.br invadida, e valores do Bolsa Família foram redirecionados para outra conta.
  • Uma aposentada só descobriu que havia um empréstimo em seu nome quando o valor foi descontado do seu benefício.

Esses casos, antes considerados “isolados”, hoje fazem parte de uma nova onda de crimes digitais.

E se eu cair em um golpe? O que fazer?

Se você suspeita que caiu em algum golpe relacionado ao WhatsApp ou Gov.br, tome medidas imediatas:

 1. Altere suas senhas imediatamente

Troque senhas de e-mails, bancos, app Gov.br e redes sociais.

2. Verifique sua conta no Gov.br

Entre no app, vá em “Privacidade” > “Acesso à conta” e veja se há acessos suspeitos. Cancele acessos e dispositivos desconhecidos.

3. Ative a verificação em duas etapas no WhatsApp e Gov.br

No WhatsApp: Configurações > Conta > Verificação em duas etapas.
No Gov.br: Configurações > Segurança > Autenticação em duas etapas.

4. Faça boletim de ocorrência

Você pode registrar online em delegacias virtuais do seu estado. O B.O. é essencial para contestar prejuízos.

5. Consulte se algum benefício foi solicitado

Use o Meu INSS ou app Dataprev para ver se há solicitações em seu nome.

Como se proteger antes que seja tarde

1. Desconfie de qualquer link enviado por mensagem

Mesmo que venha de número com foto de órgão público. Links legítimos não são enviados por WhatsApp.

2. Nunca informe códigos recebidos por SMS

Principal método usado para invadir contas. Esses códigos são pessoais e intransferíveis.

3. Mantenha seu aplicativo Gov.br atualizado

Atualizações reforçam a segurança contra brechas exploradas por hackers.

4. Evite usar o mesmo e-mail e senha em vários serviços

Se um site vazar seus dados, os outros ficam vulneráveis.

5. Acompanhe seus dados no Serasa ou Registrato do Banco Central

Você pode ver se abriram contas ou fizeram movimentações em seu nome.

Canais oficiais que podem ajudar

  • Denúncia de golpe digital: https://www.gov.br/pt-br/canais-denuncia
  • Ouvidoria do INSS: telefone 135 ou pelo site oficial
  • Plataformas de segurança digital: Serasa, Registrato, Gov.br, Polícia Federal

Não é só golpe. É estratégia de guerra digital.

Os criminosos deixaram de ser amadores.

Hoje, eles estudam o comportamento da vítima, usam linguagem acessível, ferramentas de marketing e até perfis em redes sociais para criar confiança.

É por isso que se informar é mais do que prevenção. É proteção ativa.

Você não precisa ser especialista em tecnologia, mas precisa adotar hábitos seguros.

E o principal deles é: nunca acreditar em mensagem que apela para o seu medo ou para sua ganância.

Seu CPF vale ouro. Não entregue de bandeja.

O que os golpistas estão fazendo é assumir que a maioria das pessoas não vai conferir, não vai suspeitar, não vai proteger.

Mas você pode virar esse jogo.

Seja mais um a se blindar com informação, segurança e consciência digital. Porque no mundo de hoje, quem não se protege… clica onde não devia — e paga por isso depois.

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